segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ESPANTA O ESPANTALHO..


Duas vozes conversavam dentro de mim, "você sabe que tá errado, eu te conheço"a outra apenas desculpava-se "so faço isso pra me defender" fiquei calado, anestesiado controlando o pouco de mim que ainda tinha meu controle, ia andando e diminuindo as pálpebras para proteger meus olhos do sol e de vez em quanto enxugava o suor e lia algum anúncio nos outdoor's,  e as vozes agora começavam a inflamar seu debate dentro de mim, uma a que acusava, agora usava ironias: "sei, sei, ta bom, defesa. Engraçado como vc defende-se atacando-se tirando um dedo do buraco para tampar o outro q vaza, típico desse super heroi que parece não crescer"  e a outra num tom humilde, resignada mas ofensiva insistia em desculpar-se " tenho minhas funções para que este permaneça de pé toda vez que voce vê a nossa estima abalada você me lembra de moral e ética civilidade, tenho que ser social mantendo os traços aparentes nem tudo em nós é feito de internalidade e subjeção" começava a ficar nervoso com esse bate-boca no íntimo de minhas ideias num momento senti-me parte de mim mesmo e não eu proprio como se fosse um conjunto e que existira outro "eus" na construção de mim mesmo. debochei um pouco das vozes e continuei resignado aos movimentos das minhas pernas palpebras e olhos "você precisa mudar, parar, viajar, se deslocar parar de freiar-se e freiar a tudo que está aqui dentro, preocupando com o inalcansável mundo externo". "e você precisa deixar de causar confusão,  de melhorar sua civilidade e sua aparência e ter na sabedoria paciência e humildade a esperança de ver uma casa reconstruindo-se sem precisar derrubar os muros" bravei irritado; calem a boca voces dois não são donos de minhas decisões acredito que exaltam-se ofendem-se e defendem-se vangloriando-se de se conhecerem e de me conhecerem então caminhem pelas veredas das minhas ideias sem precisar ferir-me nesses debates incipientes e confusos. e as vozes calaram-se

2 comentários:

  1. Esse eu interior com o eu exterior e o mundo...
    Uma forma poética de dizer o que todos nós sentimos, passamos... p e r f e i t o.

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