terça-feira, 6 de outubro de 2009

Quem conta um ponto, escreve um conto....


 Tudo que tinha: um cigarro, um fosforo úmido partido ao meio e uma vontade incontrolavel de fumar. olhei fixamente para o fósforo, que parecia me esnobar, e entendi naquele frio gesto, que me roubava a minha generosa subserviência a tão singela existencia do próprio fósforo, como instrumento do alcance de um prazer tão pungente. Quase que me dizia:
-Serei pra ti fruto de frustração, não me acenderais e pemearei teu consciente existindo no inverso do meu propósito.
Pensei quase que alto "fósforo maldito". Risquei-o com foracidade, com uma hábil técnica infálivel alcançado pelos anos de nicotina acumuladoem meu alvéolos, soltou uma faisca simplória e teimou em não acender, Pensei agora em voz alta "fósforo maldito", quase ouvi risos saindo de sua pequena cabeça vermelha, aquele fósforo representaria pra mim uma maldição, uma incompreensão. Por que implicas comigo?  faz birra como criança que pede doce. Suspirei e engoli toda a minha raiva levantei o fósforo na altura do meu rosto e disse-lhe:
- Gato, por que fazes isso comigo? Existes para mim com essa finalidade, prefere terminar tua existência sem alcançar teu próposito ? Sendo lembrado por mim como uma falha sistêmica na minha comodidade humilhante e gorda? Acendes o meu cigarro e serais para mim uma lembrança boa do poder da minha oratória e prometo que se voce acender o meu cigarro te eternizarei num conto escrito pelas mesmas mãos que te riscou. conto este que escreverei mostrando o quanto tua existencia foi importante para mim sem precisar me frustrar dando assim um proposito bem maior a tua existência, a de causar reflexão, construo aqui, caro leitor, a minha mais interesante instituição: Eu e o fósforo.

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